Nesta quinta-feira (4/08), foi realizado o primeiro dia da segunda edição CONET&Intersindical 2022, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo (SP). O evento contou com a presença de grandes empresários e personagens importantes do transporte rodoviário de cargas, para abordar as perspectivas do segmento e refletir sobre o cenário dos custos com combustíveis nos próximos meses. Diversas lideranças do estado estão marcando presença no evento, como o presidente do SETCEMG, Gladstone Lobato; o diretor da entidade, Antônio Luiz da Silva Júnior; o presidente da FETCEMG, Sérgio Pedrosa; o assessor de Segurança Logística do Sindicato e da Federação, Ivanildo Santos; além de representantes de outros sindicatos e dos núcleos da COMJOVEM.
Na cerimônia de abertura, o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, agradeceu pela presença de todos os participantes e ressaltou: “É uma grande alegria e agradecemos a Deus por, após dois anos e meio, retornarmos ao evento presencialmente”.
Antes de adentrar aos temas programados, Pelucio aproveitou para destacar alguns pontos que ainda demandam das entidades de classe: “A implementação do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e), o Tanque Suplementar e o problema do Seguro Obrigatório do TRC estão presentes em nossa organização. Também estamos iniciando este mês com diversas demandas no modo ‘participação social’, junto à ANTT, para Vale Pedágio Obrigatório, o Transporte Internacional de Cargas – TRIC – e a implementação do novo RNTRC”. “São diversos temas que as nossas entidades, sob o ‘guarda-chuva’ da nossa entidade maior, a CNT, temos de nos manter unidas para sugerir, sempre que possível, sugestões de melhoria para o setor”, afirmou.
Carlos Panzan, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), entidade anfitriã, evidenciou a questão da capacitação de profissionais para o segmento: “O SEST SENAT vem trabalhando muito para isso e nós, das entidades, temos que valorizar como ele é importante para a qualificação profissional. Contudo, acredito que devemos trabalhar muito mais nas nossas entidades e nas nossas empresas para reverter essa escassez e incluir a participação de mulheres na condução de veículos”.
Palestras
Iniciando as palestras, Camilo Adas, Presidente do Conselho da SAE Brasil, retratou como as mudanças climáticas estão atingindo níveis preocupantes no mundo, e quais métodos estão sendo desenvolvidos para mudar a descarbonização da mobilidade no país por meio da substituição dos veículos convencionais para elétricos. “No Brasil, em média, 16,2% das emissões de CO² vêm do setor de transporte. Precisamos pensar no que iremos fazer para isso mudar no futuro, uma vez que a matriz intermodal brasileira tem forte influência diretamente no setor rodoviário. A estratégia para diminuição das emissões são os avanços dos veículos elétricos, biocombustíveis ou combustíveis renováveis”, diz Adas.
No painel seguinte, Thiago Angelis, economista do Bradesco, analisou detalhadamente sobre o panorama da economia brasileira e internacional. “A economia global enfrenta diversos desafios, com a inflação elevada desde 2020. Quando a inflação está elevada, os bancos centrais aumentam as taxas de juros, e isso está acontecendo devido às altas tensões do conflito no leste europeu, porém, as perspectivas para 2023 são de desinflação na economia, com o Banco Central reduzindo os juros”, afirmou. “Entretanto, já estamos observando desde o primeiro semestre uma economia brasileira bastante resiliente, com um cenário que se beneficiou muito com a reabertura plena da economia, e notamos que o setor de serviços teve uma recuperação forte, bem maior que as perspectivas feitas lá atrás pelos economistas”, completou.
Por fim, o assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia, falou sobre os custos do transporte rodoviário de cargas e os estudos do DECOPE sobre o Índice Nacional de Custos dos Transportes INCT, que mede a inflação do setor. “Nos últimos 18 meses, a variação dos principais insumos aumentou. Os veículos subiram, em média, 42%, o custo de mão de obra 12,5% e o combustível dobrou em relação ao ano anterior, chegando a 104%. Mas isso também depende de como esses veículos operam, é muito difícil afirmarmos um número que representa o setor como um todo. Quando analisamos os veículos pesados, como o rodoviário, que consome muito, o predomínio do custo é o combustível”, afirmou.
Finalizando o primeiro dia da segunda edição do CONET&Intersindical 2022, a secretária do CONET e assessora jurídica da NTC&Logística, Gildete Menezes, apresentou aos convidados o Comunicado CONET.
Nesta sexta-feira (5), os principais temas são roubos de cargas e a participação feminina no setor. À tarde, lideranças do país se reúnem na Intersindical para debater as Convenções Coletivas e as melhores práticas dos sindicatos. Fique atento para mais informações sobre o segundo dia de CONET&Intersindical.