Mais de 120 pessoas, entre transportadores e representantes dos fornecedores do transporte rodoviário de cargas, participaram do Encontro de Empresários realizado pelo Setcemg, na última quarta-feira (26).
Este foi o terceiro Encontro de Empresários do ano, que desta vez trouxe as novidades sobre a proposta de regulação da política nacional de pisos de fretes do transporte rodoviário de cargas (TRC) com uma palestra do professor José Vicente Caixeta Filho, da ESALQ/USP e uma conversa sobre o Consórcio Mercedes Benz.
O encontro foi aberto pelo presidente do Setcemg, Gladstone Lobato, que falou sobre a importância do tema e a relevância dos encontros como oportunidade de conhecimento e network.
Política Nacional de Pisos de Fretes do TRC
Um tema polêmico que veio à cena com a greve dos caminhoneiros de 2018.
O tabelamento de preços em uma economia de livre mercado é um tema reconhecidamente polêmico. O professor, que é mestre em Economia e responsável pela revisão e aprimoramento da Lei nº 13.703/2018, que trata dos preços mínimos de fretes, abriu sua palestra posicionando-se sobre o assunto. “Somos contrários a tabelamento de preços de serviços”, disse.
No entanto, lembrou o professor, que um dos pleitos dos caminhoneiros durante a greve do ano passado foi o controle de preços do frete para dar dignidade ao trabalho. E assim, surgiu a proposta do governo para dar uma resposta ao movimento.
A equipe da ESALQ foi convidada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para dar apoio técnico e revisar a política nacional de tabela de tabela de fretes. Na palestra, o professor Caixeta explicou a metodologia usada para criar a tabela, a escuta realizada por meio de audiências públicas e e-mail encaminhados para agência e o cronograma de publicações que será seguido.
“Concluímos a primeira revisão da Política Nacional de Pisos de Fretes e encaminhamos o documento à ANTT, que dará a decisão final e providenciará sua publicação”, informou.
Estão previstos três ciclos regulatórios: o primeiro no dia 20 de julho deste ano; o segundo no dia 20 de janeiro de 2020 e o último no dia 20 de julho de 2020. E as contribuições serão feitas aos poucos seguindo o cronograma.
O professor enfatizou o cuidado de sua equipe em seguir padrões estritamente técnicos buscando modelagens matemáticas para se chegar a uma representação simplificada. Contudo, reconhece que tem situações muito diversas, onde a legislação sinaliza para casos especiais.
No entanto, segundo ele, o modelo criado tem o mérito de trazer à tona a estrutura de custo do TRC. Ele deixou claro que a tabela resultante do trabalho realizado é somente uma estrutura de custo, não incluindo lucro, pedágio, tributos, etc. Não considerou, também, o frete retorno que deverá ser negociado.
Caixeta informou que o Ministério da Infraestrutura fez um aplicativo que irá ajudar no cálculo do frete de forma simplificada sem ter que entrar em cálculos com coeficientes e mais complexos.
Todos os ciclos serão antecedidos por consultas abertas, cuja formatação será divulgada para que os interessados participem.
O professor acredita que essa política irá incrementar o grau de profissionalização do setor criando uma economia em escala.
Consórcio Mercedes Benz – 42% de crescimento em três anos
O diretor Comercial da Cardiesel, Fernando Cyrino, e o executivo regional do Consórcio Mercedes, Carlos Lúcio, fizeram uma rápida apresentação do Consórcio Mercedes Benz, lembrando que programas assim poderão ser ótimas opções para a renovação da frota.
Dentre suas vantagens, eles destacaram: compra mais barata; possibilidade de prazos maiores, isento de entrada, facilidade de aprovação de crédito, antecipação do bem por meio de lances, além de possibilitar disciplina financeira.
O Encontro de Empresários do Transporte Rodoviário de Cargas é um projeto de sucesso criado pelo Setcemg que visa promover o relacionamento entre transportadores e fornecedores da cadeia de suprimentos e, desta forma, criar soluções inovadoras para seus negócios. No evento, os apoiadores têm espaço para apresentar os seus produtos e serviços.
CONHEÇAS AS EMPRESAS QUE FAZEM PARTE DESTE PROJETO:
AMBIPAR RESPONSE, AUTOMAX, AUTOTRAC, BELO DENTE, CARDIESEL, CARRARO, CTF, GERTRAN, ITAIPU SCANIA, MINASMÁQUINAS, RAÍZEN SHELL, VOLVO TREVISO, VIPAL, VIA TRUCKS DAF.
CARRARO
“O tema está em evidência, porque toda vez que a gente chega no transportador, uma das incógnitas para que ele projete a produtividade financeira da empresa é entender os custos operacionais. E o esclarecimento do professor Caixeta foi muito oportuno. Tivemos a presença de vários transportadores, seguimentos variáveis, então isso foi interessante na exemplificação de como chegar a este elo que é o do valor do custo operacional”.
Anderson de Oliveira Rodrigues, representante da Autotrac em Minas Gerais e proprietário da Concessionária MS Trac.
“O professor é uma pessoa que tem conhecimento profundo desse seguimento. A parte técnica, que ele buscou fazer, o modelamento matemático, é aquilo que é possível fazer dentro de um padrão de simplicidade que precisa haver no caso de suportar ou de amparar um ambiente legal. E a grande vantagem de trazer o professor Caixeta aqui é que ele é a pessoa que estudou e cuidou da parte técnica, que vai definir o futuro dessa tabela do piso mínimo de frete, para a nova versão, e por dois anos, como ele colocou na apresentação”.
Altair Alvim Júnior, diretor de projetos estratégicos da Tora Transportes Industriais LTDA.
“Achei a palestra excelente. Esperamos que eles tenham êxito nessa pesquisa que estão fazendo. Vai depender da ANTT. Mas ainda tem muito detalhe a ser discutido, como este trabalho da Esalq vai ser dividido em três ciclos, eu acredito que neste primeiro ciclo não vai contemplar a expectativa do empresariado, do caminhoneiro, dos agregados em si. Tem muito detalhe a ser discutido”.
Luiz Gonzaga da empresa Gamasa Logística
