A escalada de aumentos no preço dos combustíveis e as repercussões no transporte rodoviário de cargas foram o tema da entrevista que o presidente do Setcemg, Gladstone Lobato, concedeu para Rádio Itatiaia na manhã desta sexta-feira (15).
Gladstone alertou os transportadores para que repassem os aumentos para o frete, como única forma de sobrevivência no mercado. “Não temos margem para segurar mais”, disse. O presidente também falou sobre a mistura do biodiesel no óleo diesel e reivindicou que essa mistura diminua como forma de reduzir os custos do transporte.
A entrevista feita pelo repórter Cléver Ribeiro irá ao ar na próxima segunda-feira pela Rádio Itatiaia.
As entidades representativas do transporte rodoviário de cargas têm-se manifestado publicamente sobre cenário atual do transporte diante dos aumentos sucessivos dos combustíveis e sua repercussão na inflação. Na semana passada, a Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de São Paulo, Fetcesp, publicou uma nota com o posicionamento da entidade e o Setcemg a subscreveu.
Veja um trecho da publicação:
“A inflação não é igual para todos, mesmo no setor produtivo. Ela pode ser maior ou menor conforme os insumos da atividade econômica. No caso do setor de transporte rodoviário de cargas a inflação é particularmente perversa. Enquanto na economia se fala de uma inflação 7% a 8%, para o transportador rodoviário ela já ultrapassa 30% anualizada. O DECOPE, órgão de análise econômica da NTC&Logística em levantamento no mês de agosto apurou aumentos de preços de insumos indispensáveis à atividade:
• o óleo diesel, que representa em torno de 46,08% do custo direto, subiu 49,7% no período.
• os juros básicos (SELIC) nos últimos seis meses evoluíram de 2% para 8,5% (projeção para outubro/21). Os spreads bancários também subiram cerca de 2 pontos percentuais.
• os preços de caminhões e implementos rodoviários aumentaram mais de 50%.
• a inflação setorial superou 30% no período.
À empresa de transporte interessa preservar a viabilidade econômica e sua saúde financeira, assim como a continuidade da sua prestação de serviços com eficiência e qualidade, dentro de padrões de sustentabilidade e ética, esperando dos seus parceiros embarcadores e contratantes do transporte o mesmo comportamento ético aceitando a incorporação da variação de preços de todos os itens de custo real do transportador na formação do preço dos fretes, inclusive de financiamento pelo prazo para pagamento, e em especial a recomposição imediata das tarifas em função da variação do preço do diesel.”