Scroll Top

Intermodal 2019 reforça importância da iniciativa privada para setor de transporte

Governo e empresas do setor estão alinhados com intenção de alavancar infraestrutura sem depender de recursos públicos

Com orçamento reduzido em mais de 50% entre 2014 e 2019, a estratégia do governo para alavancar investimentos em infraestrutura vem sendo repetida quase como um mantra em todos os eventos sobre o assunto: aproximação com a iniciativa privada.

Foi com essa tônica que a secretária-executiva adjunta do Ministério da Infraestrutura, Viviane Esse, abriu a 25ª Intermodal, a maior feira da América Latina para os setores logísticos, de transporte de cargas e de comércio exterior, que acontece até quinta-feira (21), em São Paulo.

Ela citou que, enquanto o orçamento da pasta em 2014 era de R$ 16,7 bilhões, neste ano ficou em apenas R$ 8,7 bilhões. “O que temos de recursos, atualmente, é menos do que o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tinha naquele ano (R$ 10,6 bilhões). Se eu tenho um passivo de obras inacabadas, preciso fazer manutenção e não tenho dinheiro, preciso de parceria privada”, disse.

Segundo Viviane, o leilão de três blocos aeroportuários ocorrido na semana passada mostrou que, se as regras forem claras, o investidor está disposto a participar porque os ativos nacionais são importantes e valiosos. “Infraestrutura é crescimento”, destacou.

Ela acrescentou que a intenção do governo é oferecer condições para que os investimentos sejam feitos com bases sólidas, marco regulatório, segurança jurídica e simplificação do custo das burocracias. Além disso, é essencial a transparência na governança e a parceria com os órgãos de controle.

Diversos setores de transporte estão alinhados com essa estratégia. A recém empossada diretoria do Porto de Santos, por exemplo, anunciou três pacotes de concessão pelos próximos 35 anos. São eles: canal de navegação (dragagem, balizamento, monitoramento ambiental e sistema eletrônico de controle do tráfego de embarcações); acessos terrestres, como a operação e manutenção das avenidas perimetrais de Santos e Guarujá; e os serviços de utilities (energia, água, esgoto e resíduos sólidos).

Casemiro Tércio Carvalho, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, ressaltou que, além do chamamento ao privado, a ideia é dar cabo à cultura corporativa antiga em um porto que existe há mais de cem anos. “Também vamos modernizar nossa gestão de pessoas e enxugar o corpo funcional porque precisamos ter caixa e cortar custos, além de rever contratos e tarifas”, explicou.

Operador de transporte multimodal

Atrair o mercado privado é premissa básica. Mas e concentrar toda a cadeia logística de um processo de exportação, da origem ao destino, nas mãos de uma mesma empresa? Esse é o trabalho dos OTMs (Operadores de Transporte Multimodal), que vêm crescendo no Brasil. Elmer Justo, da MSC, relatou a operação desenvolvida pela empresa desde 2017 para transporte de ferro e de manganês desde as minas, em Rondônia, até o comércio chinês.

Toda a operação é concentrada nas mãos da empresa, que subcontrata, em média, outras seis empresas de modais distintos para realizar a operação. “Para que a carga chegue ao seu destino, usamos dois tipos de caminhão, além de barcaça e navio. É uma operação que demanda muita estratégia, mas altamente prática para quem contrata.”

Segundo Justo, a vantagem da otimização desse tipo de procedimento é que quem contrata, conta com um serviço integrado e flexível, melhor utilização da capacidade disponível e redução dos trâmites burocráticos. “A operação por OTM faz com que o cliente passe a focar ainda mais no processo de produção e deixe o transporte nas mãos do operador.”

Deixe um comentário

Privacy Preferences
When you visit our website, it may store information through your browser from specific services, usually in form of cookies. Here you can change your privacy preferences. Please note that blocking some types of cookies may impact your experience on our website and the services we offer.