Por Herbert Kaiser e Carlos Augusto Silveira (Fabet)
Caminhão é uma máquina que foi concebida para movimentar cargas e pessoas, possuindo uma série de características, como: valor de investimento; vida útil; valor de revenda; capacidade transporte (gravimétrica, quilométrica e volumétrica); tara, PBT, PBTC e CMT; rendimento energético (consumo de combustível necessário para transportar 1 tonelada em 1 km); área frontal; quantidade de eixos; tecnologia embarcada; estrutura de custos operacionais fixos e variáveis, etc.
Conhecer o quanto que o caminhão deve produzir e faturar para justificar a formação de frotas e manter o caminhão em operação, é importante para auxiliar no planejamento estratégico e melhorar a gestão econômica e financeira da empresa prestadora de serviços de transporte rodoviário.
Apresentando a equação de mensuração do faturamento mensal do caminhão
Onde:
• CF: custos fixos do veículo por mês,
• PMM: percurso médio mensal – Km mês,
• Cv: custos variáveis por quilômetro rodado,
• n: quantidade veículos (tamanho da frota),
• DFm: despesas mensais fixas,
• VIN: valor do investimento na aquisição novo (completo),
• VRF: valor de revenda após a vida útil,
• %TRE: taxa de rentabilidade mensal desejada (%a.m.),
• % IMP: carga tributária com aproveitamento de créditos incidente sobre o valor do frete (faturamento),
• %DFIN: despesa financeira expressa em %.m.,
• %COM: comissão sobre vendas repassada a motoristas, agenciadores de carga ou equipe comercial da empresa.
Para assimilação e domínio no manuseio da equação vamos aplicar na seguinte situação:
• Tipo caminhão: cavalo-mecânico trucado com semi-reboque carga seca 3 eixos
• Investimento:
Caminhão
Novo – completo = R$ 900.000,00
Valor de revenda após 6 anos = R$ 350.000,00
Semi-reboque
Novo completo = R$ 280.000,00
Valor de revenda após 6 anos = R$ 125.000,00
• Estrutura de custos operacionais (conjunto caminhão + s. reboque)
Custos Fixos = R$ 30.000,00 mês
Custos variáveis = R$ 4,00/Km
• Tamanho da frota = 20 conjuntos (caminhão e semi-reboque)
• Despesas administrativas e comerciais = R$ 80.000,00/mês
• Carga tributária (com aproveitamento créditos) = 10%
• Despesas financeiras = 3%
• Comissão = 2%
• Rentabilidade do imobilizado desejado pelo investidor = 2% a.m. (24% a.a.)
“Querendo ou não, aceitando ou não”: está nas mãos do gestor de transportes e frotas a capacidade de resolver muitos problemas que afetam o desempenho econômico, financeiro, comercial e logístico da empresa prestadora de serviços de transporte rodoviário de cargas.
O segredo está no acompanhamento das viagens, buscando sempre a viagem perfeita, combatendo ferozmente e não aceitando sob hipótese alguma a viagem imperfeita.
Viagem imperfeita é aquela onde aconteceram um pacote de anomalias ou ineficácias, como: – excesso de peso; – excesso de velocidade; – multas; – excesso tempo caminhão para carga e descarga, – caminhão inadequado para movimentação da carga; – má acomodação da carga no caminhão; – motorista não efetuando o checklist; frete não lucrativo e rentável; – veículo conduzido pelo “tocador de caminhão”; – atraso na coleta e na entrega da carga no destino; – avarias, faltas ou sobras de mercadoria na entrega; – documentos emitidos com erros; – não cumprimento dos prazos de troca de óleos e realização da manutenção preventiva; consumo excessivo de combustível; pneus não calibrados; – e podemos assegurar que muito mais fatos
acontecem na viagem, acarretando perdas de recursos valiosíssimos que poderiam estar “estocados” no caixa da empresa.
Uma frase genial de Peter Drucker: “Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação, portanto, parafraseando Sinatra, “devemos gostar do impossível, porque lá certamente a concorrência é bem menor”