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DESCUBRA O GRAU DE INFLUÊNCIA DO PESO DA CARGA, VELOCIDADE, IDADE DO CAMINHÃO E HORAS MOTOR LIGADO NO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL

POST-FRETE-JUSTO-MT-2001

Por Herbert Kaiser e Carlos Augusto Silveira (Fabet)

Quando estudamos a estrutura dos custos operacionais no TRC, nos deparamos com o sistema de custeio ESPAÇO – TEMPO, onde os custos de uma viagem são diretamente proporcionais à distância percorrida pelo caminhão e, o tempo que o caminhão e motorista ficam envolvidos na operação, desde o deslocamento para carregar até a efetiva entrega da carga no destino.

Na dimensão distância aloca-se os custos variáveis (pneus, combustível, ARLA, manutenção, lubrificantes e lavação). Na dimensão tempo aloca-se os custos fixos (depreciação, remuneração de capital, salários e encargos sociais trabalhistas e
previdenciários, seguro e licenciamento).

Todos os custos preocupam, porém o combustível é o que mais dá dor de cabeça ao gestor de frotas, pois muitas são as variáveis que exercem influência: velocidade, peso da carga, topografia, pavimento, qualidade da manutenção, qualidade do combustível, maneiras de dirigir, área frontal do veículo, tecnologia embarcada, calibragem do pneu, etc.

O custo com combustível além de impactar fortemente na estrutura de custos e no fluxo de caixa, pelo desembolso quase que à vista, é usado como critério para remunerar ou premiar os motoristas.

Melhorar os controles de gestão de combustível é importante e neste artigo apresentamos uma sugestão de calculadora de mensuração do consumo de combustível, mediante a aplicação de conceitos avançados de estatística: a análise de correlação e regressão linear múltipla.

A matemática, por ser a rainha das ciências, é uma ferramenta poderosa que pode contribuir e muito, na busca de métodos mais avançados para auxiliar na gestão de combustível em frotas rodoviárias.

Dos vários ramos da matemática, ou seja: aritmética, álgebra, geometria, probabilidade e trigonometria, destacamos a estatística. No livro de estatística aplicada, vamos encontrar o capítulo que trata das medidas de dispersão e a teoria da regressão e correlação está disponível exatamente neste capítulo.

Usando os conceitos de estatística na gestão consumo de diesel

Desejamos avaliar o consumo de combustível (X1), de um determinado tipo de caminhão (cavalo mecânico trucado com semi-reboque carga seca 3 eixos) numa operação/rota fixa, em função das seguintes variáveis: velocidade (X2); peso da carga (X3), horas motor ligado (X4) e habilidades do condutor (X5), ou seja:

𝑿𝟏 = 𝒂 + 𝒃𝑿𝟐 + 𝒄𝑿𝟑 + 𝒅𝑿𝟒 + 𝒆𝑿5

Sendo:
X1 = consumo de combustível em Litros por Km;
X2 = velocidade média – Km/hora
X3 = peso da carga ida e e volta;
X4 = horas motor ligado e;
X5 = condutor (1 = motorista; 2 = condutor e 3 = tocador)
A, B, C, D e E são parâmetros ou coeficientes que evidenciam o grau de influência de cada variável no consumo de combustível na determinada operação/rota fixa.

Multiplicando a expressão 1 por x2, x3, x4 e x5, obtemos o plano de regressão linear múltipla, que se através do uso do algoritmo de Gauss-Jordan 1 vamos obter os valores de cada coeficiente: a,b,c,d e e.

Para melhorar o entendimento vamos aplicar no estudo de caso a seguir:

Identificar a equação que explica o consumo de combustível em função das seguintes variáveis: velocidade média ida e volta; peso da carga transportada; horas motor ligado e habilidades do condutor na seguinte rota fixa:

• Origem: Itajaí (carga de importação)
• Destino: São Paulo- SP (após a descarga, o caminhão carrega no mesmo local, cargas de exportação com destino ao porto de Itajaí.
• Km ida e volta: 1.200 Km
• Tipo caminhão: cavalo-mecânico trucado com s. reboque carga seca 3 eixos

Coleta de dados de 20 viagens analisadas num determinado período:

Após os devidos cálculos usando adequadamente o algoritmo de Gauss-Jordan, obtemos então os valores de cada coeficiente: a = -0,0005989543615; b = 0,001531415975; c = 0,004330152150; d = 0,003842171340; e = 0,000899814119.

Assim sendo, substituindo os coeficientes na equação 1, temos a equação que explica o consumo de combustível numa determinada rota fixa, em função do peso da carga transportada, velocidade média, idade do veículo, horas motor ligado a habilidades do condutor.

X1 = -0,0005989 + 0,00153141X2 + 0,00433015X3 + 0,00384217X4 + 0,0008999X5

Aplicando a equação

Qual o consumo esperado de combustível, na viagem de ida e volta, se:
• Peso da carga = 52 toneladas
• Velocidade média = 56 Km/hora
• Horas motor ligado = 24
• Condutor = 3 (tocador)

Substituindo os coeficientes na equação, o consumo esperado X1 = 0,40523 Litros por quilômetro rodado é equivalente a despenho de 2,467 Km por litro de diesel.

Ao compararmos o consumo esperado (Ce) com o consumo real (Cr), temos três situações possíveis:

Quando o gestor de transportes e frotas usa ferramentas tecnológicas e a matemática (lógica) intensamente no dia a dia, sua gestão é mais assertiva e justa, pois nada melhor que fatos e dados reais para uma boa tomada de decisão estratégica, pois ajuda a identificar padrões e tendências; melhora a credibilidade das decisões e ajudam na otimização dos processos.

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