Por Herbert Kaiser e Carlos Augusto Silveira (FABET)
O ponto de equilíbrio de uma empresa é o valor de vendas necessário para que a empresa cubra todos os seus custos e despesas, ou seja, para que não tenha nem lucro e nem prejuízo. O ponto de equilíbrio é um indicador de segurança do negócio, pois indica quando a empresa estará igualando suas receitas a seus custos totais.
Já na área de transportes, importante os gestores saberem o quanto que um veículo deve produzir mensalmente em termos de km, viagens, toneladas ou financeiro, para se obter o ponto de nivelamento: o zero a zero (nem lucro e nem prejuízo).
Como calcular o ponto de equilíbrio Vamos denotar a equação de mensuração do ponto de equilíbrio! Sabemos que o lucro (LT) nada mais é do que a diferença entre a receita total (RT) e os custos totais (CT), ou seja:
𝑳𝑻 = 𝑹𝑻 − 𝑪
Sabendo que:
• A receita total (RT) é o resultado do preço unitário do frete (P) multiplicado pela quantidade produzida (Q), ou seja: RT = PQ;
• Os custos totais (CT) é formada por três componentes: os GFT (GFT), os custos variáveis (CVT) e a carga tributária incidente sobre a receita total (βRT), logo:
𝑳𝑻 = 𝑹𝑻 − (𝑮𝑭𝑻 + 𝑪𝑽𝑻 + 𝜷𝑹𝑻)
• Os gastos fixos totais (GFT) é o somatório dos custos fixos e as despesas fixas;
• Os custos variáveis (CVT) é calculada multiplicando o custo variável unitário (Cv) pela quantidade produzida (Q);
• Receita total (RT) é igual ao preço do frete (P) multiplicado pela quantidade produzida (Q).
Portanto:
𝑳𝑻 = 𝑷𝑸 − (𝑮𝑭𝑻 + 𝑪𝒗𝑸 + 𝜷𝑷𝑸)
Como desejamos conhecer a quantidade (Q) que o caminhão deve produzir para se obter o ponto de equilíbrio, vamos colocar a quantidade (Q) em evidência, ou seja:
𝐿𝑻 = 𝑸(𝑷 − 𝑪𝒗 − 𝜷𝑷) – GFT
Para melhor assimilação da fórmula, vamos aplicá-la nas seguintes situações, sabendo-se que:
• Custos fixos totais – CFT (depreciação, remuneração capital, salários, encargos sociais, licenciamento e seguro) no valor de R$ 30.000,00 mês;
• Despesas fixas totais – DFT (aluguel, energia elétrica, material de consumo, material de expediente, honorários contábeis, etc) no valor de R$ 3.000,00/veículo/mês;
• Custos variáveis – Cv (pneus, combustível, manutenção oficina, lubrificantes, ARLA 32 e lavação) no valor de R$ 4,00 por Km rodado;
• Valor do preço do frete – P igual a R$ 8,00 por km rodado;
• Carga tributária – β na taxa de 15% em relação ao valor do frete.
1ª questão: Qual o ponto de equilíbrio (lucro zero).
Elaborando o DRE comprova-se o cálculo:
2ª Questão: A empresa deseja que o caminhão proporcione um lucro mensal de R$ 4.000,00. Pergunta: quantos km o veículo deve produzir (rodar) no mês para gerar o lucro desejado?
Elaborando o DRE comprova-se o cálculo:
A questão 1 e a 2 estão sinalizados na planilha de análise Custo x Volume x Lucro apresentado a seguir.
3ª Questão: Após a implantação do programa de combate de desperdícios e a não-eficácia e aumento de eficiência no transporte, a empresa conseguiu reduzir os gastos fixos totais em 3%; redução dos custos variáveis em 5% e aumentar o valor médio do frete em 1%. Pergunta: Quanto que o caminhão deve percorrer (Km) para gerar um lucro mensal de R$ 4.000,00?
4ª Questão: Qual o valor do frete por Km rodado para se obter ponto de equilíbrio em 10.000 Km e mantendo-se as mesmas condições ou premissas citadas na questão 3?
Alguém certo dia falou: “Planejamento, Organização e Motivação são fatores essenciais para a prosperidade”. Gestor de transportes e frota: “por não saber que era impossível, ele foi e lá e fez”, portanto, usar adequadamente as ferramentas e conceitos clássicos de econometria na gestão das atividades do transporte rodoviário, contribui significativamente para que a sua empresa de transportes seja cada vez mais rentável e lucrativa