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Defasagem do frete

O setor de transporte rodoviário de carga (TRC) foi fortemente atingido pela situação econômica do Brasil dos últimos quatro anos. As empresas transportadoras lutaram para se adaptar à nova realidade, reduzindo custos, cedendo a exigências e, principalmente, reduzindo o frete. Como consequência, algumas empresas enfrentaram grandes dificuldades para atender à maior demanda trazida pela relativa melhora do mercado no segundo semestre de 2017.

Pesquisa nacional realizada em janeiro de 2018 pela NTC&Logística, em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostra como foi o desempenho das transportadoras no ano de 2017: 62,0% tiveram queda no faturamento; 58,1% tiveram prejuízo sobre o faturamento; o valor do frete caiu em média 2,6%; 47,6% das empresas diminuíram de tamanho; e 52,4% afirmam estar recebendo frete com atraso.

Pois bem, a Confederação Nacional do Transporte, em sua mais recente edição da Pesquisa CNT de Rodovias, diz que a necessidade imediata é de R$ 48 bilhões para manutenção e de mais R$ 566,6 bilhões em obras de ampliação e modernização da infraestrutura rodoviária do país.

Os fatores que mais contribuíram para esta situação foram os aumentos dos custos, em especial, o do combustível: 9,44% nos postos e 12,49% nas distribuidoras.

Apesar da pequena recuperação do frete em 2017, essa não foi suficiente para recompor a defasagem acumulada nos últimos anos. Neste caso, a pesquisa indica a existência de uma defasagem de 13,95% no transporte de cargas fracionadas e de 20,60% na carga lotação. As dificuldades do período também prejudicaram muito a cobrança dos demais componentes tarifários.

Por outro lado, observa-se que muitos usuários ainda não remuneram adequadamente o transportador com relação a situações anormais e aos serviços adicionais, que não estão contemplados nas tarifas padrões como entregas em regiões de alto risco para roubos, o elevado tempo de espera para realizar carga e descarga, coletas e entregas em áreas com restrições, os serviços de guarda/permanência de mercadorias, uso de escoltas e planos de gerenciamento de risco customizados, o uso de veículos dedicados, dentre outras, custos estes que muitas vezes, são superiores ao próprio frete – ou seja, uma situação injusta e inaceitável.

Enfim, vislumbra-se um mercado em crescimento em 2018, com um aumento de demanda para o setor que pode chegar a ultrapassar os dois dígitos, pois, o setor cresce percentualmente de duas a três vezes o aumento do PIB e, além disso, os gargalos logísticos continuam sem solução no curto prazo. Em virtude disso tudo, recomenda-se ao transportador que faça suas contas e adeque sua remuneração aos desafios que estão por vir e encontre junto com os contratantes o equilíbrio comercial necessário sob pena de se verem diante de situações de difícil e onerosa solução em suas operações.

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