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Free flow e pesagem em movimento otimizam transporte, mas dependem de clareza regulatória

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Tecnologias prometem eficiência, segurança e justiça concorrencial no transporte de cargas; no entanto, especialistas defendem que a consolidação envolve a superação de barreiras culturais e operacionais

O avanço da digitalização e automação já transforma rodovias brasileiras. Sistemas como pedágio automático free flow e pesagem em movimento (HS-WIM) aumentam a fluidez do tráfego, reduzem congestionamentos e diminuem emissões de CO₂. Porém, especialistas afirmam que a consolidação dessas tecnologias depende de clareza regulatória, interoperabilidade e superação de barreiras culturais e operacionais.

Para Antonio Miró, gerente de operações de pedágios da Kapsch no Brasil, a implementação do free flow na Rodovia Rio-Santos e na Caminhos da Serra Gaúcha elevou a velocidade média em 25% e reduziu em 30% o tempo total de viagem. “Essas tecnologias otimizam o fluxo logístico, reduzem custos com paradas e aumentam a segurança, permitindo detecção proativa de riscos. Para o transporte de cargas, isso significa menor tempo de viagem, menor desgaste da frota e mais confiabilidade nas operações”, afirma.

Além disso, novas concessões e a expansão do 5G aceleram a transição para rodovias conectadas, mas Miró alerta que ainda é necessário padronizar sistemas e ampliar investimentos em infraestrutura digital.

Justiça concorrencial depende de respaldo jurídico

Segundo Leonardo Schenk, advogado do Terra Tavares Elias Rosa Advogados e professor da UERJ, a modernização exige regulamentação clara. “O Poder Judiciário tem respaldado o modelo regulatório atual e os estudos técnicos que fundamentam essa modernização. O free flow e o HS-WIM promovem eficiência e segurança, mas ainda geram disputas locais e questionamentos legais. O sandbox regulatório da ANTT permitiu testar essas tecnologias em condições controladas”, explica.

Dados da BR-101 mostram que mais de 70% dos veículos já utilizam TAGs eletrônicas, o prazo médio de quitação digital é de sete dias, e o índice de inadimplência é de 6%. Nas BR-364 e 365, 17% dos veículos fiscalizados excediam o peso permitido, reforçando a importância da fiscalização contínua e integrada para garantir concorrência justa.

Telemetria e conectividade

Sistemas de rastreamento em tempo real, telemetria e sensores IoT permitem calcular o desgaste da infraestrutura, identificar veículos em áreas de risco e implementar tarifas dinâmicas baseadas no peso. “Com essas tecnologias, transformamos dados brutos em decisões estratégicas, otimizando rotas, reduzindo custos e emissões”, afirma Miró.

Plataformas como a EcoTrafiX integram câmeras e sensores para monitorar comportamentos de risco, acionar autoridades e reduzir o tempo de resposta a incidentes, aumentando a segurança e dissuadindo crimes nas rodovias.

Miró projeta avanços como gestão de tráfego em tempo real com IA e big data, expansão do free flow, comunicação V2X entre veículos e infraestrutura, e manutenção preditiva por sensores IoT.

Schenk prevê mudanças estruturais: modicidade tarifária com justiça concorrencial, responsabilização civil rigorosa já reconhecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e planejamento de infraestrutura baseado em dados reais, tornando rodovias mais seguras e duráveis.

“Para investidores e operadores, este é o momento de adaptar operações e aproveitar as vantagens competitivas das novas tecnologias”, conclui Miró.

A transformação das rodovias conectadas

  • +25% de aumento na velocidade média após implantação do free flow na Rodovia Rio-Santos (Rio-SP);
  • –30% no tempo total de viagem no mesmo trecho;
  • 70% dos veículos da BR 101 já utilizam TAGs eletrônicas;
  • Sete dias é o prazo médio para pagamento digital do pedágio;
  • 17% dos veículos fiscalizados nas BR-364 e 365 excediam o peso permitido;
  • 6% de inadimplência no pedágio eletrônico da BR-101.

Fontes: ANTT (sandbox regulatório), Antonio Miró (Kapsch) e Leonardo Schenk (TTER Advogados)

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