O preço médio do frete por quilômetro rodado em Minas Gerais foi R$ 6,80 em julho, valor 3,3% superior aos R$ 6,58 no mês imediatamente anterior, de acordo com o Índice de Frete Edenred Repom (IFR). O resultado no Estado ficou acima da média nacional, que subiu 0,31% na mesma base de comparação, alcançando R$ 6,33.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, diz que o dado está coerente com o que está acontecendo no mercado e é fruto de vários fatores, entre eles, o aumento dos custos em função dissídios coletivos que aumentaram em média 5%, além dos ajustes no preço combustíveis. “Sem considerar ainda que os serviços em geral subiram”, observa.
Ele também acrescenta que os ajustes tributários nos combustíveis são diferentes e que a mão de obra em Minas subiu mais que a média nacional. O presidente da entidade conta que a condição das estradas no Estado afeta também a composição dos custos, “mas que não deveria ser nesta proporção”.
“Alguns serviços em Minas estão mais caros, como a manutenção, em função pouca oferta. Estradas ruins e sem manutenção afetam produtividade e aumentam necessidade de manutenção e, consequentemente, os custos”, analisa o presidente do Setcemg
O último Índice de Condição da Manutenção (ICM) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ( Dnit ) atesta que a situação das rodovias no Estado não é das melhores, o que acaba impactando no valor do frete em Minas Gerais.
Enquanto 16 estados e o Distrito Federal têm mais de 70% das rodovias consideradas boas, no Estado, o cenário é diferente, mantendo-se abaixo da média. Minas Gerais conta com 51% da sua malha rodoviária considerada boa e 18%, entre ruim e péssima. A última vez que Minas ultrapassou esse índice de 70% de qualidade nas rodovias foi em 2016.
Variação brasileira do frete é moderada
Diferente da alta do frete em Minas Gerais, no caso do resultado nacional, a variação é considerada moderada, reflexo da atualização dos valores dos pisos mínimos de frete do transporte rodoviário de cargas, realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres ( ANTT ) na metade de julho. “O reajuste na tabela não afetou muito o valor do frete no mês cheio de julho, mas deve influenciar os preços de agosto de forma mais acentuada”, destaca o diretor da Edenred Repom, Vinicios Fernandes.
Mesmo sem reajuste, no acumulado de julho, o preço médio do litro do diesel aumentou no País, conforme dados do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). O diesel comum foi encontrado a R$ 6,04 e o tipo S-10 a R$ 6,17, ambos com acréscimo de 0,33% ante a primeira quinzena do mesmo mês no Brasil. O combustível corresponde a cerca de 40% do custo do frete.
O levantamento da Edenred Repom destaca que o relatório de julho de 2024 do comitê de economia da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostra que mercado de construção está aquecido, o que aumenta a demanda de transportes no segmento para o escoamento de matéria-prima. Além disso, o custo da construção mantém patamar elevado desde janeiro de 2020 até junho deste ano, apresentando incremento acima da inflação oficial do País.
“Além do reajuste na tabela, o aumento no preço do diesel e as elevações no custo da construção mantêm a tendência de alta no preço do frete, que vem sendo registrada desde maio deste ano e pode se manter nos próximos meses”, observa o diretor.
Composição do indicador
O IFR é um índice do preço médio do frete e sua composição, levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Edenred Repom , que é a marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil há 30 anos é especializada na gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga. São mais de 1 milhão de caminhoneiros atendidos em todo o Brasil, conforme a empresa.
Fonte: Diário do Comércio
