Ministro da Justiça e Segurança Pública aponta poderio econômico e configuração do crime como maiores desafios para a política de segurança pública
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, foi o palestrante da abertura do 7º Fórum CNT de Debates, realizado nesta quarta-feira (22) em Brasília. Promovido pelo Sistema Transporte, formado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Serviço Social do Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e Instituto de Transporte e Logística (ITL), o evento debate “Segurança Pública e atividade transportadora”. O objetivo é traçar estratégias para coibir roubos, saques e depredação nos transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário.
No evento, o ministro abordou “O combate ao crime organizado e as implicações para o setor transportador”. De acordo com ele, o problema vai além dos indicadores criminais.
“Temos diminuição de 7% dos roubos de carga registrados pela Polícia Rodoviária Federal, mas a questão não é só números. O nosso problema não é só quantitativo, mas sobretudo qualitativo. Nos últimos anos, há uma tendência de queda dos indicadores, mas a questão é muito mais em relação à configuração do crime. Hoje, roubo e furto não são mais executados por poucos indivíduos, mas fazem parte de uma cadeia de crime”, analisou Dino.
O presidente do Sistema de Transporte, Vander Costa, na abertura do Fórum falou do compromisso da entidade em enfrentar esse desafio de frente, com todas as ferramentas de que dispõe, reafirmando que “a segurança, afinal, é um direito fundamental de todo cidadão, a integridade do nosso sistema é crucial para o funcionamento saudável da nossa sociedade e da economia”.
Para o combate a esta rede, avaliou o ministro, é preciso enfrentar o poderio econômico das organizações criminosas: “O grande desafio está no financiamento e na lavagem de dinheiro do crime. O crime é rico porque é organizado, e é organizado porque é rico. A melhor estratégia é a asfixia financeira e logística. Os grandes financiadores do crime estão atuando no mercado de criptoativos e imóveis. Isto é central”, complementou o ministro, ressaltando que este é um dos objetivos do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc).
O Enfoc prevê nos seus eixos, entre outras políticas, cooperação entre os entes, integração informacional, recuperação de ativos e reforço da segurança nos portos, aeroportos, fronteiras e divisas.
Além do programa, que conta com investimento de R$ 900 milhões, o MJSP coordena, de forma permanente, operações integradas em todos os estados que possuem faixa de fronteia em território brasileiro. Juntas, as ações já causaram prejuízo de R$ 2 bilhões ao crime neste ano.
“Não há saída perfeita. A saída é muito trabalho. E é o que estamos procurando fazer com seriedade”, concluiu Dino.
Se você perdeu o Fórum, vale conferir no Canal do Youtube da CNT. Confira no link: https://www.youtube.com/watch?v=W4jN3c8JcxM
Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública
