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O desafio da retomada

O transporte rodoviário de cargas (TRC) há tempos enfrenta dificuldades adicionais à sua área de operação e negócios. Para superá-las, muitas empresas têm buscado alternativas não convencionais para sobreviver. Uma delas é a flexibilização do prazo de pagamento pelo serviço. Leia mais na coluna Painel do Transporte, do jornal O Tempo, desta segunda-feira (27).

Elo intermediário da cadeia produtiva, responsável por 64% da movimentação de cargas no Brasil e 100% da distribuição e abastecimento urbano, o transporte rodoviário de cargas (TRC) há tempos enfrenta dificuldades adicionais à sua área de operação e negócios.

Além da crescente taxa de inadimplência dos clientes e o aumento do índice de roubos de cargas, os indicadores macroeconômicos, com expectativa de crescimento do PIB nacional de 0,5% – muito aquém da necessidade – levam as empresas a buscarem alternativas não convencionais para sobreviver. Uma delas é a flexibilização do prazo de pagamento pelo serviço.

Com isso, o recebimento pelo serviço prestado agora chega a 120 dias. Isso mesmo: a saída encontrada por muitos empresários para se manterem minimamente competitivos tem sido aceitar receber pelo seu trabalho somente quatro meses depois do serviço.

Ao receber suas faturas com longo prazo de pagamento, ressalta-se que a empresa de transporte terá de pagar todos os seus custos de pessoal, impostos, pneus, manutenção e combustível antes de receber pelo serviço prestado. De onde vai tirar os recursos para financiar seus clientes?

Está refletida aí uma grande disfunção: as pequenas e médias empresas financiando grandes corporações. Por que são elas as que mais pressionam o alongamento dos prazos.

Os embarcadores precisam entender que o Brasil tem um dos fretes mais baratos do mundo. E sem lucro fica impossível que se preste um serviço com qualidade e segurança e que as empresas simplesmente sobrevivam.

Para a retomada do crescimento, é importante que os empresários atualizem os fretes que estão defasados. Também é necessário que cobrem junto aos agentes públicos a estabilização política com segurança jurídica, um programa consistente e exequível de concessões e privatizações e a flexibilização e modernização das regras do mercado de trabalho para que tenhamos uma melhora no ambiente de negócios.

O transporte de cargas é ponte para o desenvolvimento. As empresas precisam de condições mínimas para investir e gerar empregos.

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