Seguindo a sistemática de apuração semestral de índices que indiquem a variação de fretes do segmento transportador rodoviário de cargas, pesquisa realizada pelo Departamento de Custos Operacionais da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (DECOPE/NTC) no mês de janeiro aponta para uma defasagem média no frete recebido pelo transportador em relação ao seu custo de 13,9%, sendo de 9,6% nas operações com transporte de cargas fracionadas e de 18,7% nas com cargas lotações ou fechadas.
Continua preocupando ainda e chamando a atenção a falta do recebimento dos demais componentes tarifários, tais como frete-valor e GRIS (Taxa de Gerenciamento de Risco). Ficou constatado ainda que muitos não remuneram adequadamente o transportador com relação aos serviços complementares ou adicionais, como cubagem da mercadoria, a cobrança da EMEX (Taxa de Emergência Excepcional) para regiões que se encontram em estado de beligerância, a TRT (Taxa de Restrição de Trânsito) para as regiões metropolitanas que possuem restrição a circulação de caminhões, os serviços de paletização e guarda/permanência de mercadorias, o uso de escoltas e planos de gerenciamento de riscos customizados, o uso de veículos dedicados, dentre outros.
É importante destacar que muitas vezes os custos adicionais com esses serviços são superiores ao próprio frete, daí porque trata-se de situação crítica, que precisa ser resolvida entre as partes.
Finalizando, é oportuno lembrar que caminhamos para um período de crescimento da economia, onde as demandas devem crescer e os gargalos logísticos se estreitam, razão pela qual o alerta continua visando a preservação da saúde financeira das empresas de transporte e, desta forma, garantindo a sua capacidade de arcar com os investimentos necessários. A eliminação da defasagem é de total interesse do transportador, mas também do contratante que deseja manter a regularidade e a segurança nas suas operações.
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística