Este artigo foi publicado originalmente no dia 7 de outubro, na coluna Painel do Transporte, do jornal O Tempo.
Quando falamos de roubo de cargas em Minas Gerais, estamos diante de um problema nacional. Temos a maior malha viária do país e, por aqui, passam carregamentos de todo o Brasil.
Nos últimos três anos tivemos uma queda média de 30% de roubo de cargas em Minas. Isso mostra que o trabalho realizado pelo Grupo Técnico de Trabalho (GT) de Segurança Logística do Setcemg e da Fetcemg, em parceria com as forças de segurança pública, tem colaborado para esta queda. As polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal e as Guardas Municipais da Região Metropolitana de Belo Horizonte somam forças nesta redução.
Em 2016, junto à 2ª Região da Policia Militar, foi criado o projeto Carga Segura, que desde então tem intensificado seus trabalhos na prevenção e combate ao roubo de cargas. Em 2013, foi celebrado um convênio de coparticipação entre a Fetcemg e a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate ao Roubo de Cargas. Convênio este renovado em 2019 por um período de mais cinco anos.
Desde 2015, o GT de Segurança Logística do Setcemg e da Fetcemg mantém um grupo de WhatsApp onde há alertas sobre locais de maior perigo, quadrilhas, roubos e comunicados sobre ações estratégicas. Participam do grupo polícias, lideranças do transporte e transportadores. Em nossa avaliação, o aplicativo de mensagem instantânea é uma ferramenta poderosa de apoio ao transportador para solução de problemas com cargas e caminhões roubados. Rapidamente a polícia é acionada, criando assim maior possibilidade de sucesso na ação.
O roubo de cargas traz um prejuízo muito grande para o transportador. Ele tem um custo que varia de 12% a 20% do seu faturamento com segurança do transporte. Mais do que isso, há um prejuízo humano. Há casos em que o motorista e o ajudante se afastam do trabalho devido ao trauma psicológico gerado durante o assalto.
Diante disso, precisamos nos mobilizar para que seja criada em Minas um projeto de Lei para cancelamento da Inscrição Estadual dos receptadores de carga roubada, a exemplo do que já ocorrem em Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
Ivanildo dos Santos – Consultor de Segurança do Setcemg/Fetcemg